segunda-feira, junho 30

Luz Nartificial



No teto do casarão abandonado,
as lentes foram improvisadas.
O que reluz é a luz do sol.

E a noite,
luz no poste da rua,
na falta da luz da lua.

Natural ou artificial,
andamos cercados pelas duas.



segunda-feira, junho 16

Por todos os lados



Silencia tudo por uns instantes.
Toca a pele e acaba aquecendo.
Está baixando, expressando-se e estendendo-se
por todos os lados.
Já não há quem impeça ou meça tamanha pressa.
Não fica, nem por pedidos ou súplicas.
Volta aos milhões de acasos que o esperam.
Volta, volta e volta...

sábado, junho 14

No trajeto dos olhos



Inúmeras opções de trajeto.
Pode reparar nas árvores, flores e cores,
gostar de dias cinzas e chuvosos.
Vibrar com o calor do sol que despertou cedo,
detestar acordar com a luz do sol na janela.
Observar de longe ou viver sendo observado.
Ter vontade de ir e ficar.

Fiz pra você



"Eu fiz pra você."
Fazemos morada na beleza do simples, esse é o nosso lema.
Uma pena colorida, uma batata sorridente e quem se importa?
A gente ué!
Sorrimos para os males e deles e até espantamos uns que nos rodeiam.
E nos perdemos em preguiça.
Temos nosso tempo e paciência, mas não pense que podem nos passar
pra trás, isso não.
Determinamos o que queremos dentro da nossa bolha e há quem diga que
vivemos num outro mundo, longe de Marte e fora da lua.

domingo, junho 1

No balançar da doce infância



Menina, existe grama e não drama.
Pode escolher olhar da balança.
E tem até um tal de gelo na barriga,
quanto mais alto, maior fica.

Para todo o restante, uma chance.
Sentir o vento e a pele flutuar.
Observar o horizonte.
Transparecer coragem.

Retornar as mesmas sensações da infância.
Não ter medo e do alto respirar.

Espie



Esconde de mim, o espelho que mexe com as imperfeições.
Esconde de mim, o reflexo das escolhas.

Mostra o que ainda tenho a percorrer, ando impaciente
com a vida.

Sacode essa tristeza e passe sorrindo, e espie a
quantas andam meu coração.

Sonde os remoeres.
Veja sem as lentes escuras.

Saracura-Matraca



Parece um pássaro dançante, parece um saracura-matraca.
Reluzente, transparente.
Crente de luz, paixão, cuidados, companheirismo.
Gosta e desgosta fácil, mas se gosta de coração eterniza
emoção.
Conhece todas as cores e transforma tudo por onde passa.
Através de suas mãos, tudo ganha forma e vida.
Sabe ser e se manter em amor e paz.

Sua Arte & Dom All



São alguns rabiscos ou de acordo com o presenteador,
só um rascunho.
Pra mim não é tão simples assim, é a forma com a qual
ele me vê.
É a representação do que melhor me cabe.
Do que melhor pode me vestir.
Um talento por mim, desconhecido.
Aprecio sempre e sempre vou apreciar sem moderação.
Sua arte e seu dom, All.

Entre Fios & Letras


Aquele fio tem o poder de elevar o som da voz.
E a caixa estronda, nada de modéstia em volume.
Aqui não cabe timidez.
Cabe paixão que se ouve, que se vê nas letras.
O meu ensaio é sobre a música.

Sobre as letras em prosa e poesia.
Que não falam só de amor.
Falam dos nossos 26.
Fala da nossa vida corrida.
Daquele rotina que enfastia.

De você, de mim, de nós.
Do nosso todo dia.

sábado, maio 31

Café & Pausa


E o café serve pra estabelecer uma pausa,
para olhar profundamente o ponteiro
do relógio e repensar.

E o café serve para dar entendimento ao que precisa ser
restabelecido, para aquecer os desejos que ficam
restritos no subconsciente, para dar razão e vazão
ao que ainda tem pra se resolver.

E o café faz acordar e lembrar das melhores
prosas e companhias, e estende o almoço.

E o café é a melhor desculpa pra se ver.

Vamos tomar um café?

Florzinha Branca


Então ela está ali e não contente e satisfeita,
você quer pra você.

Saber como é o seu cheiro, a textura.. se tem
encanto, se tem gosto.

Praticamente pecado em feminilidade.

Mais tarde você come, porque é um querer tão
grande, que precisa ser saciado.

E descobre que nem era tão bom assim, mas
era impossível, não se aproximar.

Roda-Gigante



Com ou sem relação a vida que levamos,
tem em seu centro, todo mecanismo para
devido funcionamento.

Relaciona-se com as cores e luzes e grandeza
com a qual somamos e queremos para o nosso
dia a dia.

Em seu perfil praticamente some, igualando-se a nossas faces.

Dos 5 reflexos.. Sóis - Quinto


A sua despedida é quase uma declaração de amor.
O casamento deu certo e gerou uma composição
de elementos iguais, as trigêmeas.

No quinto reflexo, já sinto saudade.

Dos 5 reflexos.. Sóis - Quatro


Suspende tudo, porque em sua variação
existe a surpresa, que compõe a soma de
novos elementos.

Dos 5 reflexos.. Sóis - Terceiro


Retornemos a imensidão que não varia
em estar ali.

Dos 5 reflexos.. Sóis - Segundo


Se não bastasse surge o casamento, a imensidão e eternidade
ganha companhia e nem por isso deixa de ser reluzente.

Dos 5 reflexos.. Sóis - Primeiro


O filete de silêncio que nos separa da grandeza.
E o pedido é que esse infinito se eternize logo
na sua iniciação e primeiro segundo.

Amor de bolso

Aquele que a gente esquece.
Às vezes, amassa.
Lava e passa.
Seca e guarda.

Papel de rascunho

Ele só serve para eu não esquecer.

Todos os lados

Não tenho mais as mãos dadas quando o semáforo fecha.
Não tenho mais a cadeira arrastada para eu sentar.
Não tenho mais os filmes de domingo.
Não tenho mais quem me ajude com matemática.

Tenho mais atenção ao atravessar a rua.
Tenho força para arrastar a cadeira e sentar.
Tenho os domingos para os parques.
Tenho livros e calculadoras.

Não tenho mais o café na cama de manhã.
Não tenho mais o calor do seu corpo.
Não tenho seu casaco emprestado no frio.
Não tenho mais seus pés cruzados aos meus.

Tenho café na mesa.
Tenho mais de um edredom.
Tenho um casaco sempre a mão.
Tenho meia nos pés.

Não o tenho por todos os lados.
Tenho memórias, apenas.

sexta-feira, maio 30

Essência

As estantes comportam livros e histórias concretas.
As paredes escondem o calor dos amores azuis de inverno macio
ao luar que tateia de leve a pele.
As estrelas guardam segredos que a essência não comporta, os que
jamais serão revelados.