sábado, maio 31

Café & Pausa


E o café serve pra estabelecer uma pausa,
para olhar profundamente o ponteiro
do relógio e repensar.

E o café serve para dar entendimento ao que precisa ser
restabelecido, para aquecer os desejos que ficam
restritos no subconsciente, para dar razão e vazão
ao que ainda tem pra se resolver.

E o café faz acordar e lembrar das melhores
prosas e companhias, e estende o almoço.

E o café é a melhor desculpa pra se ver.

Vamos tomar um café?

Florzinha Branca


Então ela está ali e não contente e satisfeita,
você quer pra você.

Saber como é o seu cheiro, a textura.. se tem
encanto, se tem gosto.

Praticamente pecado em feminilidade.

Mais tarde você come, porque é um querer tão
grande, que precisa ser saciado.

E descobre que nem era tão bom assim, mas
era impossível, não se aproximar.

Roda-Gigante



Com ou sem relação a vida que levamos,
tem em seu centro, todo mecanismo para
devido funcionamento.

Relaciona-se com as cores e luzes e grandeza
com a qual somamos e queremos para o nosso
dia a dia.

Em seu perfil praticamente some, igualando-se a nossas faces.

Dos 5 reflexos.. Sóis - Quinto


A sua despedida é quase uma declaração de amor.
O casamento deu certo e gerou uma composição
de elementos iguais, as trigêmeas.

No quinto reflexo, já sinto saudade.

Dos 5 reflexos.. Sóis - Quatro


Suspende tudo, porque em sua variação
existe a surpresa, que compõe a soma de
novos elementos.

Dos 5 reflexos.. Sóis - Terceiro


Retornemos a imensidão que não varia
em estar ali.

Dos 5 reflexos.. Sóis - Segundo


Se não bastasse surge o casamento, a imensidão e eternidade
ganha companhia e nem por isso deixa de ser reluzente.

Dos 5 reflexos.. Sóis - Primeiro


O filete de silêncio que nos separa da grandeza.
E o pedido é que esse infinito se eternize logo
na sua iniciação e primeiro segundo.

Amor de bolso

Aquele que a gente esquece.
Às vezes, amassa.
Lava e passa.
Seca e guarda.

Papel de rascunho

Ele só serve para eu não esquecer.

Todos os lados

Não tenho mais as mãos dadas quando o semáforo fecha.
Não tenho mais a cadeira arrastada para eu sentar.
Não tenho mais os filmes de domingo.
Não tenho mais quem me ajude com matemática.

Tenho mais atenção ao atravessar a rua.
Tenho força para arrastar a cadeira e sentar.
Tenho os domingos para os parques.
Tenho livros e calculadoras.

Não tenho mais o café na cama de manhã.
Não tenho mais o calor do seu corpo.
Não tenho seu casaco emprestado no frio.
Não tenho mais seus pés cruzados aos meus.

Tenho café na mesa.
Tenho mais de um edredom.
Tenho um casaco sempre a mão.
Tenho meia nos pés.

Não o tenho por todos os lados.
Tenho memórias, apenas.

sexta-feira, maio 30

Essência

As estantes comportam livros e histórias concretas.
As paredes escondem o calor dos amores azuis de inverno macio
ao luar que tateia de leve a pele.
As estrelas guardam segredos que a essência não comporta, os que
jamais serão revelados.